terça-feira, dezembro 26, 2006

** Porque viver não basta

Às vezes é preciso, porque os dias não são iguais, porque não basta viver. Tudo o que fica é uma parte do que se calou, contornos de história por descobrir. O que somos e não conhecemos é a matéria prima da obra por criar. No esboço riscado em silêncio, traços pacientes, planos que não existem. A vida muda, em tom e forma e sabor. A vida muda e nós com ela por arrasto, sem amena transição. Da mudança surgem incertezas, apagamos frases e palavras, alteramos sinais de pontuação, recomeçamos numa folha vazia, vezes e vezes sem conta, no final, ao reler, deixamos como está, mesmo sem gostar. A vida muda e nós com ela por arrasto, sem amena transição.

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