quinta-feira, janeiro 29, 2009



** Coisas que escapam

Acendo o último cigarro, amanhã logo se vê.
Reticências a dobrar e no meio duas palavras, no meio, entre tudo, coisas que escapam, nada de mais, coisas que escapam, as histórias escrevem-se assim. Escolhas e caminhos, traços de cor em tela alheia, abstracto onde se se tenta adivinhar a forma. O objectivo é como quase sempre não ter objectivo. Coisas que se sentem, no meio, a meio caminho, entre o resto, coisas que escapam. As palavras que se escrevem não para serem lidas, apenas pelo prazer que dão. As palavras que escapam: Em todos os teus caminhos, em todas as certezas, onde estiveres. Em todas as coisas que escapam: lembra.
Apago o último cigarro, amanhã logo se vê...
"Remember me when youre the one you always dreamed"

segunda-feira, janeiro 05, 2009

** Ternura

A ternura que se faz sentir por palavras e gestos conhecidos, porque as possibilidades e as certezas se desencontram por vezes em mesas de cafés, o pacote de açúcar por abrir, o copo meio, tudo o que se perde entretanto, e talvez mais o que não existe. Uma promessa ou coisa que se lhe assemelhe, as promessas em pontos de interrogação que se adivinham entre parênteses por dizer. Ternura que se faz sentir em tudo o que não somos capazes de deixar para trás, sem olhar para trás.
** Apontamentos 8

Empresta-me a caneta, e o papel, e as palavras que hei-de escrever assim sem mais nada, sem esforço nem vontade, apenas porque o azul da tinta se dissolve bem nas memórias de cada frase...