terça-feira, novembro 28, 2006

** Diferenças

Sobre a vida, claro. O que mais poderia ser. Sobre estantes de livros, musicas conhecidas, o céu e o mar quando são da mesma cor. Ele pegava no telefone e falava, sobre quase tudo, sobre quase nada. Ela atendia o telefone durante a madrugada e ouvia quase tudo, quase nada. Era uma história simples como os sorrisos que nele habitavam, era uma coleção de borboletas, um album de fotografias, um passeio no final da tarde. Ele conversava, com gestos rasgados ou de olhos fechados, em surdinha até ela adormecer. Sobre a vida, principalmente sobre a vida, e tudo o que de banal e simples a preenchia. Ela escutava, sempre em silêncio, ausente, distante, até o esquecer.

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