domingo, novembro 26, 2006

** Ainda sei o teu nome

Espero que saibas que ainda sei o teu nome. Espero que entendas a demora, procurei as palavras certas para começar, depois é mais fácil. Espero que perdoes a indecisão, o medo constante da imprecisão. Espero que aceites que foi para mim um choque descobrir que não recordo a tua voz, o timbre, o tom, a forma, diferentes todos eles. Sei que não mudaram, fui eu quem esqueci a sua forma original. O silencio é no entanto o mesmo, familiar, conclusivo, a certeza pressentida que és tu, só poderias ser tu desse lado. Quase nada resta, e no entanto recordo o vazio, companheiro fiel de todas as despedidas. Tive saudades tuas, hoje, ontem, tantas vezes.... Não gosto de sentir saudades, não gosto de me sentir assim nem de admitir que isto acontece. Não suporto o facto de sentir a falta de um silencio, de alguém que não reconheço, de ti.

Sem comentários: