segunda-feira, novembro 27, 2006

** Apaixonei-me quando te vi e nunca mais deixei de te amar

Amanheceu rápido hoje, como um murmúrio que se anula, a noite passou depressa, levou embora as sombras e os silêncios em que estive escondida. Chegas-te tão tarde, muito depois de ter deixado de esperar, tarde demais para te saber existir ao meu lado. Senta-te um pouco por favor, ouve.
Apaixonei-me quando te vi, e lutei tanto por te afastar, entraste no meu mundo como uma tempestade, e lutei tanto por me manter á superfície da tua presença, por não submergir no mar que sempre foste para mim. Não olhes assim, fica mais um pouco, espera ainda. Tu sabias, que um dia, numa manhã como esta ou outra qualquer, com um discurso como este ou outro qualquer eu acabaria por corrigir os meus erros, despertar da letargia que me manteve cativa. Construí um longo discurso, uma longa lista de motivos, de argumentos prontos a utilizar, razões, certezas, queixas. Queria dizer que foste tudo o que eu sempre odiei, queria usar palavras que magoassem, porque sim, porque julgo que mereces sofrer por tudo o que me fizeste ser feliz. Bem vês não sou capaz, estou a resumir uma noite de conjecturas, uma noite de decisões em meia dúzia de palavras banais.
Tudo está em silêncio, ainda dormem por certo, terminamos aqui. Vai embora por favor, fecha a porta quando saíres...

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