quinta-feira, dezembro 06, 2007

** De palhaços e outras bizarrias

Quando te vi chegar, assim sem mentir nem acrescentar ponto, que deus nos livre de exageros e de paixões ardentes. Quando te vi chegar, dizia, foi como que um murro no estômago, ou mais acima talvez, daqueles que nos deixam a desejar pela próxima golfada de ar, que abençoada, seja capaz de nos salvar à asfixia. Quando te vi chegar, julguei que fosse engano, que com certeza seria engodo da minha mais que agastada e por estes dias quase moribunda consciência do que me envolve. Quando te vi chegar, tranquilizei a minha alma com esperanças receosas, placebo antidepressivo das consciências menos ligeiras, por certo não me reconhecerias, não serias capaz de nenhuma associação entre os dois pontos desfasados da minha evolução, era mais que certo que passarias ao lado do palhaço mais que ridículo que aqui se levanta, da máscara mais que bizarra que com carinho e desvelo construi. Pelo sim pelo não, não fosse a tranquilidade que me invadiu provir inteiramente do tal placebo que tomei, não fosse como dirias, o diabo tecelãs, fiz questão de me diluir de mansinho entre as árvores do caminho, de te deixar passar ao lado, de não atrapalhar uma vez mais o teu caminho. Tenho por certo que agradeces a simpatia, que preferes assim, mesmo apesar do balão de água que por brincadeira, palavra de honra que foi sem maldade, te atirei às costas.

Sem comentários: