segunda-feira, agosto 27, 2007

** Vidas

Vivemos tantas vidas. Utopias, gestos inocentes, as primeiras linhas de toda uma história. Ao descer a rua, os olhares que se cruzam, a rapariga sentada na esplanada, o copo meio, a cadeira em frente vazia. As memórias do que não existe. A água gelada das ondas, a vontade de abandonar quase tudo e trocar por nada. Vivemos tantas vidas, tantas linhas por escrever, tanto tempo, tudo o que fica por dizer. A vida que resta, a que temos, a que é partilhada com os outros, é desta forma e nestes contornos, é desenhada com estas cores e escrita com estas palavras, por acaso. É a vida que temos, mas poderia ser outra, outros gestos, outros desejos, outros medos, se não tivéssemos continuado a descer a rua, se nos tivéssemos sentado na esplanada. Pelo caminho ficam sempre vidas por viver...

2 comentários:

Piro disse...

Fez-me sorrir este teu texto. Tenho por hábito reçomeçar sempre que acho que escolhi mal, digo sempre que até aos fins dos meus dias, posso sempre recomeçar. De outra forma e se possivel com outras personagens. À pouco tempo decidi que queria outra vida, ser a mesma personagem mas noutra vida. Tenho conseguido e se assim não for até ao fim, posso sempre recomeçar.

Anónimo disse...

Se passarmos muito tempo a pensar no que não fazemos (e continuamos a fazer nada) ficamos com pouco tempo para curtir as coisas que fazemos (ou gostávamos de fazer e chegou o momento)