quinta-feira, fevereiro 08, 2007

** Nunca

Nunca deixei de acreditar nas tuas guerras, nos teus desmedidos impulsos de liberdade. Nunca procurei mais do que o que tinhas para dar, neste ou em qualquer outro sinal de incerteza. O presente desenha-se em contornos coloridos, e nunca deixei de esperar os teus regressos. Em todas as despedidas guardas religiosamente o que resta, e sabes que o que fica é a parte mais importante de qualquer pecado por confessar. Nunca deixei de saber em ti o caminho para as palavras que não falo, para os silêncios que amo com rasgos de paixão infantil, para todos os medos, todos os defeitos. E afinal não importa que esqueças, não importa que me esqueças. Nunca deixei de acreditar que tudo se vai resolver, sem esforço, amanhã.

1 comentário:

Unknown disse...

Prosa poética na agonia do medo. Para ser real só faltam os ecos paridos nas noites mal dormidas.