segunda-feira, janeiro 22, 2007

** Gastar anos assim

É um desperdício, anos gastos assim. O verde da relva, o jardim à beira-rio, o autocarro que chega e nos leva, amanha outra tarde igual. É um desperdício, facilmente se chega a essa conclusão. Recordo o mar gelado, a praia imensa, os traços na areia, as promessas no ar. O que assusta é a capacidade de alternar ódio e indiferença e amor. As escadas de madeira, fotografias a dois desta vez. à saída do cinema, a tua mão na minha, um filme qualquer. Tu chegas e descalças os sapatos e adormeces ao meu lado sem despir a roupa. A casa em silêncio, fazemos amor no chão da sala e trocamos palavras que sabemos de cor. É um desperdício, anos gastos assim, erros mesquinhos e decisões apressadas. A verdade é que não dei conta do momento em que me perdi, em que errei o caminho de volta, em que esqueci o mais importante. repito quase em silêncio que é um desperdício. É um desperdício gastar anos assim.

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