segunda-feira, julho 16, 2007

** Tina

Não aprendi ainda a ver o que és, quem és, o que significas ao certo para mim. A verdade é que via como eras, como foste, como te desenhei um dia. E quando por momentos invocava a tua imagem, por precisar de recordar, por precisar de não esquecer, por precisar de nunca te esquecer, o que via era ilusão, imagem materializada e vaga do que restou, sépia envelhecida de um passado em que foste quase, apenas quase, real para mim.

Observei-te há dias, de forma crua, sem recorrer a qualquer memória, nem artifícios, nem filtros. Deixei por momentos de lado a pesada camada de utópica ilusão que me tolda sempre a percepção de ti, e observei, olhei, avaliei apenas. A diferença foi um choque confesso, não encontrei a menina de 22 anos, a mulher de quase 30 que olhava para mim, não eras tu. A meio caminho devo ter perdido a noção do tempo, a noção de ti, a meio caminho não aprendi a ver quem és. Gostava de perceber um dia tudo isto, todo este quase que é só nosso, quase querer, quase ter, quase amar. No final, como sempre, beijo-te, e os beijos são iguais, e tu és igual, nada mudou. Quando vou embora olho para trás, e tu ficas sentada a ver-me sair mais uma vez, e és exactamente igual ao que eras quando te conheci, Não aprendi ainda a ver quem és. Amo-te

3 comentários:

Anónimo disse...

A amar e olhar sem óculos escuros no entendimento quase não acontece.. por isso o povo diz que a quem ama, o feio bonito lhe parece.. porque se vê o que se sente, e não o que está lá..

Anónimo disse...

Errata do comentário anterior: ignorar o primeiro A..

José Pereira disse...

a questão não era se era feio ou bonito...a questão é o tempo q passa