quarta-feira, maio 23, 2007

** Oásis

Depois de atravessar o deserto, descansou um pouco, muito pouco porque a vida não é plana e os caminhos sucedem-se em cruzamentos que esperam escolhas insuspeitas onde se julgava ser a estrada em linha recta. Depois de atravessar o ermo lugar, pejado de silêncio e vazio, deixou à saída a morte que lhe fizera companhia, pressentida no adivinhar da queda, na doce e convidativa desistência.

- O que é preciso é esconder eventuais marcas, vestir a pele da personagem, entrar de rompante no mundo, representar de forma arrebatadora o papel principal num palco que seja só meu.

4 comentários:

Unknown disse...

..depois acordamos e percebemos que só acontece o que fizermos acontecer..

Unknown disse...

Hey! Eu sinto-me ultrajada! Onde é que está a morte que lhe fizera companhia????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????

Unknown disse...

Bom, como fizeste o pedido vestindo um belo sorriso, voltei para me explicar..

O teu figurante atravessou o ermo lugar e saíu, porque deixou a morte à saída, se bem que não se sabe se a deixou do lado de dentro ou do lado de fora... se foi do lado de fora e pela sequência pensarmos que a porta do palco é em frente à porta do ermo lugar (ou a fase má deste figurante) então quando ele entrou no palco, se tiver deixado a morte do lado de forma do ermo lugar, esta terá ficado também do lado de fora do palco, à entrada portanto...

Acontece-me sempre materializar na minha imaginação os cenários e personagens das coisas que leio, mesmo as mais (aparentemente) abstractas. Neste texto, não tive dúvidas quando, na primeira leitura, vi a morte do lado de fora, mas na segunda vez não senti o mesmo... daí desabar no comentário...

Pronto, eu expliquei, agora diz-me se fico perdoada pelo grito sem esplicação..

Unknown disse...

Assim não vale, dizes udo pessoalmente com o desafio de vir responder aqui, mas nem antes nem depois apareces para meter a colher e (des)afinar a sintonia do leitor..